Volte um momento em sua infância e busque informações sobre agressões psicológicas, não para revivê-las, não para encontrar possíveis culpados de seu estado emocional, mas sim, para compreender o tipo de configuração mental que sua pessoa adulta, se tornou.
Frases como:
Você é burra.
Está gorda, seu corpo não é bonito, não fica bem nessa roupa. Assim, ninguém vai te querer.
Você é desastrada.
Você não faz nada direito.
Você precisa sofrer, para ser uma pessoa bonita.
Se não fizer o que eu “quero”, “mando” ou “espero” de você, eu não vou mais falar contigo, ou vou embora.
Não preciso nem dizer que a multiplicação do desgaste emocional é astronômica quando falamos de pessoas não-brancas e corpas dissidentes.
Mais tarde, esses comportamentos são repetidos em toda a esfera social (trabalho, relacionamentos amorosos, forma como se apresenta ao mundo) e aparentemente a consciência e a visão sobre quem se é, estagna naquele momento em que na verdade, tudo o que era primordial, fora negado: Apoio, incentivo e um espaço seguro para crescer e descobrir as próprias potências criativas, o corpo como instrumento de prazer em sentir, ser e estar no mundo, da forma como é e sente-se verdadeiramente bem em sê-lo.
A problemática da comunicação entre assistidos e pessoas cuidadoras é abissal. Em 3 anos de estudos e trabalho ativo na compreensão da mente, a quantidade de crianças com travas emocionais e sintomas que são sentidos como sentenças dolorosas, causam tantas mazelas emocionais, difíceis de ultrapassar, mas perfeitamente possíveis de iluminar e perceber que giramos em círculos nas atitudes centradas e baseadas em relações de poder.
Qual o sentido de manter a dominação, de um corpo que não é seu?
Qual o sentido de palpitar ou escolher, o que a outra pessoa é, sente ou parece?
Quantas crianças mais, ainda que adultas, precisarão adoecer para que a gente compreenda que o método de criação é completamente abusivo e retrógrado?
Pensemos.

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