Mas a aflição produz sofrimento, então, de comum acordo, vamos trabalhar aqui uma conduta terapêutica institucionalizada sobre como abrandar as questões.
O problema é a mãe, o homem, a política, vamos pensar positivo, acender incensos e comprar cristais, falar palavras bonitas e rezar para que as coisas mudem.
Vamos dar nomes aos grupos que sofrem “disso” e criar outros nomes aos que sofrem “daquilo” e criar uma drágea que tem tudo o que todo-mundo-grupo-disso necessita e quem sabe, também sirva pra todo-mundo-grupo-daquilo.
Tanta tecnologia quântica e ainda não sabemos observar em grupo, a função do átomo.
Se me oriento dentro de uma perspectiva atômica, não, eu não estou separada de nada e nem de ninguém, até mesmo daquilo que me parece repugnante.
Viver, por aí, a experiência humana de estar sempre afobada, ansiando que algo complete um vazio que nunca se preenche, independente do quanto de coisas eu consiga acumular é uma potência que me faz (propositalmente) querer ter aquilo que eu não tenho e nem mesmo preciso ou ser aquilo que eu não sou e muito menos desejo.
Mas e então, o que isso tudo significa, Luana?
Que precisamos ampliar a visão para as nossas condutas terapêuticas.
Que já está mais do que na hora de pensarmos em uma pessoa com uma dimensão espiritual, política, social e que há um emaranhado de questões quando tratamos saúde mental.
Que os métodos de 100 anos atrás, estão obsoletos se não pensam a quais mecanismos de poder uma pessoa está submetida.
Que precisamos produzir novidades e parar de repetir a docilização do corpo e do pensamento, para olhar uma família inteira vivendo nas ruas e comendo do lixo e normalizamos decência em uma situação como essa.
Significa que a minha dor não é maior que a de outra pessoa e vice-versa.
Quer dizer que não está bom e não é sobre insatisfação, mas sobre agir em exercício daquilo que pode ser diferente.

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