Eu te amo, criança, desde que você obedeça, brinque sem fazer barulhos, não chore e mantenha as coisas organizadas.
Um objetivo de pesquisar culpados, é desinteressante quando estamos de fato, tentando solucionar questões advindas da nossa cultura relacional.
Com permissão concedida para citar essa fala, tempos atrás durante o acompanhamento de um processo, observei uma dor que emergiu à consciência:
- Eu aprendi que o amor dói. Eu tenho medo do amor, ele não é bom.
Quando falamos de processos inconscientes, mergulhamos em espaços muito profundos, suprimidos, por questões de segurança. A questão é que a mente não compreende de forma racional, motivos palpáveis que justificam suas condições emocionais ou físicas no momento presente, por outro lado o campo emocional irá “reclamar” situações dolorosas antes experienciadas, através de inúmeros sinais não somente de ordem sentimental, mas também através de manifestações físicas e facilmente rastreáveis.
Não é fácil reformular a concepção construída sobre o que é o amor, mas é simples e exige investimento diário em uma ferramenta gratuita que é o "exercício do próprio pensamento".
É comum que a mente crie sentido para justificar o modelo dos relacionamentos "atuais", construídos desde a infância, como no processo citado, onde já em idade adulta, podemos mentalizar a fala de uma criança entre 7 e 9 anos que acompanhou inúmeras violências, dentro do ambiente familiar.
Em termos de psicologia profunda, não vamos procurar qual a razão, pois não há somente uma e, para além de serem muitas, não temos campo de ação se essa não for pensada por um grupo.
Agora, se essa é a história de muitas pessoas, como vamos prosseguir, com isso?
Devemos?
Nenhum comentário:
Postar um comentário