sábado, 15 de junho de 2024

Por amor, visitem as casas de cultura!

 


A maior parte das pessoas periféricas, sobretudo aquelas que conviveram com pais que só podiam pensar em comprar comida e pagar as contas, sente dificuldade em manifestar a artista interior ou o contato com a arte. Pois não parece “sério”, “próspero”, “correto” e raramente sentimos/percebemos que podemos encontrar dimensões de cura nesse ambiente. Escrevo essas linhas em plural, pois mantenho amizades da quebrada onde nasci até os dias atuais.

[Na Paróquia São Luiz Gonzaga o professor Antenor, aos meus 12 anos, disponibilizava seu tempo para ensinar violão clássico, de forma gratuita. Inicialmente, uma grande amiga me emprestou um que era do irmão dela e algum tempo depois meu pai fez um carnê nas Casas Bahia para pagar em 10 vezes. Isso faz 23 anos e o estudo era a sinfonia de número 9 do Beethoven.]

Outro ponto importante é saber que, quem está dentro dessa “esfera social”, o contato com o entretenimento é uma certeza: Programas, músicas e novelas onde o ponto central é sempre um relacionamento que não sei se há possibilidade de chamar de afetivo, tamanha é a quantidade de agressões envolvidas na proposta das histórias. Do outro lado o medo, o sensacionalismo e a adoração de uma energia externa que em algum momento do calendário, virá salvar todas as vidas.

O que eu quero dizer é que a arte está contida em tudo mas nem tudo é trabalhado para ser artístico pois quando falamos de produções das instâncias do pensamento autônomo, uma pessoa que pensa por si mesma não gera lucros.

Nutrição e abrigo são direitos humanos, nem de longe isso deveria ser o centro da nossa existência e não deveríamos ter nos abatido tanto para caber nessa estrutura.

Esse é o primeiro degrau a ser ultrapassado.

Existir não é viver. Em algum momento o vazio aparece e necessita ser suprido por outra coisa que certamente será nociva.

Caso você tenha vivenciado a distância dos movimentos e processos culturais, provavelmente não reconhece a importância, sente dificuldades em perceber as instâncias de cura que ocorrem, ou até mesmo vivencia sentimentos de culpa por investir tempo naquilo.

As Casas de Cultura em São Paulo estão realizando um trabalho lindo!

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